segunda-feira, 30 de maio de 2011

Barba, cabelo, bigode
Faz-se uma face no espelho
Coisas de um ser importante
Nada será como antes

Braços, cabeça e pernas
Delimitam a forma do corpo
Partem na corrida do tempo
Tendo como amigo o vento

Mente, pensamentos, idéias
Sobem como um foguete perdido
Viajando num espaço escuro
Isso acontece, eu juro!
(Isloanne Araujo)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pobre dos Minêro

   Olá senhoras e senhores, saindo um pouco da fantasia, hoje venho a vocês inspirado por esse espírito engajado que impera ultimamente aqui no Percepções Intimistas.
   Lembro-me da vez em que fui a roça na companhia de meu irmão, minha prima e meus avos maternos visitar meus bisavos (o que era bem raro, pois eu adorava ir a roça, mas quase nunca me levavam). E então em uma dessas visitas paramos no caminho e minha avó parou para conversar com um garoto que hoje me foge o nome. Aparentava ter dezessete anos de idade, bem franzino e de aparência defazada por tanto trabalho duro.
   Naquele dia perguntado se tudo ia bem ele expôs sua realidade e eu bem mais novo do que ele, escutei sem dar muita atenção, a não ser pelas lágrimas apresentadas no final pelo garoto... Meu Deus mas como hoje sinto pena e revolta por ele e por todos que estão nessa situação contraditória, essa situação chamada Brasil, essa situação chamada Mundo.
   Muito bem leitores Intimistas ai vai o poema Pobre dos Minêro, em memória daquele dia.




Cinco hora da manhã que nois levantô
Sô João pegô e falô
Anda logo com esse banho sô
a conde luz já aumentô!

Sô João só reclamava
Cumade cedim já limpava a casa
Era cinco minino pá cria
mais eu de quebra pá sustentá

Tenho dó de cumade
Me levô pá cria quando tinha dois ano de idade
Aqui na roça todo mundo levanta é cedo
Perrengue nois passa é o dia interô

Dependemo da chuva pra sobrevivê
Trabaiamo na lavôra pá ganha mixaria
Tem dia que falta ate o de cumê
Parece ate que seu presidente num vê

Nois tinha luz
Tinha Deus
Tinha terreno
Tinha famía

Si tivesse ó meno um arroz
Pá nois pudê cume com feijão
Garanto que nos tava era mio de situação...

{Guilherme Antônio Rosa Santos}

quinta-feira, 19 de maio de 2011

É Desigual...

Desigual

A irresponsabilidade política quer
Dominar o planalto central.
Enganando o pensamento do povo,
Confundindo o bem com o mal.

O que domina é a hipocrisia,
Tratando todos como animais.
Usando a força do motor humano
 E enriquecendo cada dia mais.

Enquanto o povo estiver calado
Desmotivado para qualquer luta,
Tudo permanecerá igual
Nessa desigualdade absoluta.

(Ygor Sas)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Campo de Batalha

Vem o tempo jogando as horas
e alimentando a minha morte
o mais temido passaporte
não é o meu preferido esporte
prefiro a faca que o corte
pois o meu inimigo é muito forte
percorre do hemisfério Sul ao Norte
no mais rápido transporte
e eu não costumo contar com a sorte

Vem a morte jogando o tempo
e alimentando a minha hora
o mais covarde sempre implora
para Deus e Nossa Senhora
mas, se nossa vez for agora
feliz do homem que chora
por um amor que foi embora
e para passa-tempo, um livro de outrora
para lê-lo até a chegada da aurora
(Isloanne Araujo)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Solidão

A estrada estava deserta. Um sol escaldante. Eram três horas da tarde e eu estava longe de qualquer lugar conhecido. Não vi nenhum carro, ônibus, caminhão ou bicicleta passar. Não havia casas ao redor.
            Eu caminhava já há cinco horas, a água já havia acabado faz tempo. Estava com sede. Só podia caminhar com esperança de chegar logo a algum lugar.
            Ainda me pergunto como vim parar aqui. Acordei no meio da estrada sem me lembrar nada da noite anterior. A cabeça doía. E meu corpo parecia moído.
            O entorpecimento era forte por causa do calor e pela dor que minha garganta reverberava para meu cérebro. Pouco a pouco a noite caía e a temperatura amenizava, mas a secura de meu corpo era estonteante.
            A lua parecia desfocada, já não sentia mais o chão, o gosto ferruginoso já não povoava minha boca, o cheiro de terra e poeira havia desaparecido. A única coisa que permanecia igual era o som, já não o ouvia desde a manhã, quando acordei naquela imensidão.
            Eu precisava de água. Precisava bebê-la para poder começar a raciocinar, contudo não consegui me mover e adormeci.

            Os sonhos eram aterrorizantes. Minha mente trabalhava de forma assustadora e desconexa. Turbilhões de imagens eram regurgitados na minha cabeça.
            Repentinamente acordo tossindo ininterruptamente, o meu colchão estava sem lençol, o guarda-roupa estava ao chão, objetos espalhados pelo quarto.
            Levanto da cama, vou a cozinha a tudo está em perfeito estado e em seu devido lugar. A confusão paira em mim. Minha primeira reação é abrir a geladeira, pegar a garrafa d’água e despejar em minha boca. Ouço um urro altíssimo e a dor me derruba.
            Minha garganta está inchada e doendo ao extremo. Pego meu celular e ele não dá sinal. Fui olhar o notebook, estou sem internet. Ligo a TV e nenhuma imagem é formada. Neste momento me dou conta de que a água que bebi estava quente.
            Sentei na poltrona e fiquei absorto por longo tempo sem saber em que pensar. O desespero ia tomando corpo porque eu não entendia nada do que estava acontecendo.
            Tento sair de casa, mas a chave não abre a porta e meu apartamento não possui janelas. Insisto em abrir a porta com a chave e acabo a quebrando. Agora tenho raiva além de desespero. Chuto a porta, grito, esmurro e nenhum som.
            O eco de meus pensamentos é cada vez mais inebriante, a solidão me corrói e o peso da loucura é imenso. O tempo vai passando e ninguém aparece. O conformismo é maior, as pálpebras pesam e ruídos aterrorizantes se iniciam.
(Igor Rios).

segunda-feira, 2 de maio de 2011

=)

   Olá senhoras e senhores a muito que não posto alguma percepção intimista por aqui, a ultima se não me engano fora por volta de duas semanas atrás e de forma bem singela, mas sincera. 
   Pois bem caríssimos e caríssimas brincando um pouco com as palavras e com a mente eu lhes apresento o que denomino:

Metade Tudo e Todo

Parta o todo a metade
E acharás o todo da metade
Una as metades do todo
E encontre sete bilhões de pessoas no todo

Ao todo não somos nem a metade
Que se encontra perdida sobre o todo
O todo sem metade
Perdida... Não é todo

O que fazer com esse todo da metade?
Seria esperar o todo juntar-se a metade?!
Solução esta pautada de duvida, concretizada pela metade

Contudo isso não é tudo, junte-se ao todo
Não se parta pela metade, não espere por tudo. Busque o todo
Pois somos mais do que sete bilhões, somos metade, tudo e todo.

Guilherme Antônio Rosa Santos