quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Castelo de Merseyside

Olho o relógio e vejo que é meia noite, ouço gritos vindos da ala norte do castelo, mas somente eu estou aqui e não há vizinhos num raio de quatro quilômetros. Este é um castelo muito antigo, data do início do século XII. Já foi parcialmente destruído três vezes; a primeira foi à época das cruzadas, a segunda foi um terremoto e a terceira foi na Segunda Guerra Mundial. Está em minha família há apenas trezentos anos e não precisamos fazer nenhuma reforma.
        Os barulhos continuam cada vez mais aterrorizantes, contudo não vou verificar o que é; se forem fantasmas não vou me meter a não ser que se metam comigo, se forem assaltantes que roubem, não conseguirão fugir até que o inverno acabe.
          Levanto da poltrona em meu quarto e começo a andar pelo castelo tentando me desviar das áreas onde os gritos são mais intensos. É um castelo realmente bonito, mas queria que meus amigos e minha família compartilhassem dele, não tem muita graça ficar perambulando sozinho por aqui.
           O telefone toca. Imagino quem poderia ser a essa hora. Na verdade poderia ser qualquer pessoa, pois todos sabem que fico acordado há essa hora tem anos. Ele está tocando pela terceira vez. Apesar de eu saber que pode ser um amigo, a atmosfera do castelo hoje está muito sombria, não pelos gritos eles ocorrem todas as noites, mas pelo clima em si. Está um frio estranho, um frio abrasador que dá medo. E o telefone insiste, é a sexta vez que toca, estou cada vez mais assustado, quem teria essa paciência?
            Pego o telefone, me demoro um pouco e finalmente ponho o fone no ouvido, e apenas dá o tom de discagem, pelo visto a pessoa desistiu. Começo a me retirar para voltar ao meu quarto e ao meio do caminho o telefone começa a chamar novamente, dou um salto. O frio e o medo ser tornam mais intensos, a atmosfera mais negra e inicio uma corrida a esmo não sei bem o motivo, porém estava muito assustado, chego ao meu quarto e tranco a porta.
            Observo a janela aberta, eu nunca deixaria a janela aberta com um tempo desses, ainda mais com o aquecedor ligado. Fecho a janela e começo a verificar o quarto para ver se há algo errado. Após meia hora termino a vistoria e vejo que está tudo bem, mas decido ficar no quarto até amanhecer, pois a noite está assustadora.
          Abro o meu armário de utilidades para pegar algo para me defender caso aconteça alguma coisa. Água benta para deixar no criado-mudo. Um cordão de alho para colocar em volta da cama e uma pistola com balas de prata que estava no castelo e que existe desde que o mesmo foi construído. Agora acho que posso me defender.
(Igor Rios).

2 comentários:

  1. Boa! Inovation é isso ai rapaz! Agora vc ja pode se defender! haha

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  2. É o que eu mais gosto. Que pena que não publica mais. Sempre venho ao blog na esperança de ter alguma coisa publicada por você.
    Bjos

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