domingo, 13 de março de 2011

Casa de Drummond

Aos fundos da casa de Drummond
a roda de amigos se forma,
noite de céu limpo e estrelado
idéias, filosofias e discussões
nascem e se espalham pelo ar, assim como a fumaça.
Foco nas palavras, mas sempre em alerta
com o carro que se aproxima.


Lá de cima, aos fundos da casa
ouvimos de longe as máquinas da Vale,
máquinas que levam a vida de nossa cidade
suicídios, acidentes, poeira cinza que cobre o que restou do pico
rejeitos da mineração jogados na lagoa mais abaixo.


A poluição sonora perturba as mentes itabiranas,
o minério que entra para os pulmões, se agregam à alma 
deixando as pessoas duras, frias e insensíveis.
A riqueza material que a exploração da vida traz à cidade
entorpece os habitantes, os mantêm escravos do status.


Ah Drummond!
de mero retrato na parede, Itabira
se torna a pedra no caminho do itabirano,
cidade apagada, da maldição herdada.
Eita vida besta que não largo meu Deus.


Vinicius Deiró

2 comentários:

  1. Desenvolvimento que aliena as pessoas e destrói a natureza!
    Falso progresso...

    Muito bom, parabéns!

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  2. Exatamente o Falso Progresso..

    PArabéns..
    Muito boa mesmo.

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